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ÔMEGA 3 E DEPRESSÃO.

terça-feira, 21 de outubro de 2014
Depressão colateral
Pacientes com elevados níveis de inflamação, incluindo aqueles que recebem citocinas para tratamento médico, têm um risco muito maior de depressão.

Por exemplo, um ciclo de tratamento de 6 meses de terapia com interferon alfa para combater a infecção pelo vírus da hepatite C crônica provoca a depressão em aproximadamente 30% dos pacientes.

Mas como tratar esses pacientes se não existem ainda opções terapêuticas melhores?

Ômega-3
Felizmente existem compostos nutricionais já conhecidos por apresentarem propriedades antidepressivas e anti-inflamatórias.

São os ácidos graxos ômega-3, genericamente conhecidos como óleo de peixe, com uma longa lista de benefícios à saúde, incluindo a redução do risco de doenças cardíacas e redução dos níveis de triglicérides.

Apesar de alguns resultados negativos recentes - como a tendência para aumentar o risco de câncer de próstata e a não-replicação de alguns dos benefícios à saúde em estudos em grande escala - o ômega-3 continua a ser de grande interesse para o campo da depressão, com vários estudos sugerindo seus benefícios no tratamento da depressão e de outros distúrbios psiquiátricos.

Isto levou um grupo internacional de pesquisadores, liderado pelo Dr. Carmine Pariante, do Kings College de Londres (Reino Unido), a realizar um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, a fim de avaliar cuidadosamente os efeitos do ômega-3 sobre os processos inflamatórios induzidos pela depressão.

Ômega-3 contra depressão
A equipe recrutou 152 pacientes com hepatite C, os quais foram distribuídos aleatoriamente para receber duas semanas de tratamento com EPA, DHA ou placebo - EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico) são os dois principais ácidos graxos ômega-3 nos suplementos de óleo de peixe.

Seguindo o tratamento de duas semanas, os pacientes receberam 24 semanas de tratamento com interferon-alfa. Todos foram avaliados várias vezes para depressão ao longo dos tratamentos.

Os pesquisadores descobriram que o tratamento com EPA (ácido eicosapentaenoico), mas não com DHA (ácido docosahexaenoico) ou placebo, diminuiu a incidência de depressão induzida pelo interferon-alfa.

"O estudo mostrou que mesmo um tratamento de curta duração (duas semanas) com um suplemento nutricional que contém um desses ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (EPA) reduziu os índices de surgimento de depressão nova em 10%," disse Pariante.

Além disso, tanto o EPA quanto o DHA atrasaram o início da depressão, e os tratamentos foram bem tolerados, sem efeitos colaterais graves.

"Estes novos dados fornecem suporte promissor para o uso dos ácidos graxos ômega-3 para prevenir a depressão, complementando outros estudos onde os ômega-3 melhoraram o tratamento com antidepressivos," acrescentou o Dr. John Krystal, editor da revista Biological Psychiatry, onde o estudo foi publicado.

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