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ÔMEGA 3 NA GESTAÇÃO.

terça-feira, 14 de outubro de 2014
Sabe-se que a disponibilidade fetal de ácidos graxos poli-insaturados essenciais, como o ômega 3, depende da ingestão alimentar materna. Portanto, durante a gestação, ela é extremamente importante para o feto, pois pode afetar seu crescimento e desenvolvimento com potenciais consequências a longo prazo (PICONE, 2009).

Ultimamente, os ácidos graxos ômega-3, principalmente os ácidosdocosahexaenóico (DHA) e eicosapentanóico (EPA), têm recebido muita atenção em tratamentos pré-natal, pois estudos mostram que possuem efeitos benéficos durante a gestação para o desenvolvimento neurológico do feto, podendo estender a duração da gestação e, portanto, reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas à prematuridade, bem como do peso ao nascer (CHURCH, 2009; GREENBERG, 2008), e também reduzir sintomas de depressão pós parto (REES, 2009).

A demanda metabólica do ácido docosahexaenóico é aumentada durante a gravidez devido às necessidades extras do feto, como o desenvolvimento do cérebro e da retina durante o terceiro trimestre e até 18 meses de vida (MAKRIDES, 2009; GREENBERG, 2008).

Apesar da limitação dos dados, estudos têm demonstrado, após suplementação materna com óleo de fígado de bacalhau, óleo de peixe e ovos enriquecidos com DHA, associações entre esse ácido graxo e vários desfechos neurológicos funcionais, incluindo melhora na atenção até a idade de 2 anos e melhora no processamento mental com a idade de 4 anos. Outros estudos avaliaram os efeitos da suplementação sobre prematuros e têm mostrado alguns efeitos benéficos sobre os parâmetros do desenvolvimento neurológico (DUNSTAN, 2008).

As recomendações dietéticas para ácidos graxos ômega-3 devem ser adotadas no início da gravidez, com 650 mg de ácidos graxos ômega-3 e fornecimento de pelo menos 200 mg/dia de DHA (MAKRIDES, 2009). Duas porções de peixe podem fornecer cerca de 100 a 250 mg/dia de ômega-3, dos quais 50 a 100 mg é de DHA. Tendo em vista que essa porção não supre a necessidade, esses ácidos graxos devem ser consumidos a partir de três fontes: óleos vegetais (linhaça, canola e óleo de soja), 2 porções de frutos do mar por semana e suplementos contendo EPA e DHA ou DHA apenas (GREENBERG, 2008).

Veja na tabela 1 algumas recomendações de como cumprir as necessidades de ácidos graxos ômega-3 durante a gestação.
Tabela1. Como cumprir as necessidades de ácidos graxos ômega-3 durante a gravidez
 
Necessidades diárias de ácidos graxos ômega-3
Como atender à necessidade
1,4 g de ácidos graxos ômega 3 como o ácido linolênico a partir de óleos vegetais
Escolha óleos vegetais que são ricos em ácido graxo ômega-3, ácido linolênico, e pobres em ácido graxo ômega-6, ácido linoléico

Atender 1,4 g de ácido linolênico via

- 1/2 colher de óleo de linhaça,

- 1 colher de sopa de óleo de canola ou

- 1 colher de sopa + 1 colher de chá de óleo de soja
650 mg de ácidos graxos ômega 3 como EPA e DHA, dos quais 300 mg são de DHA
Reduzir a ingestão de óleos vegetais ricos em ácidos graxos ômega-6 (por exemplo, óleo de girassol, óleo de milho e óleo de algodão)
Consumir duas porções de alimento com baixo teor de mercúrio (< 0,05 (µ/g [ppb] de frutos do mar) por semana
Miligramas totais de ácidos graxos ômega-3 em uma porção de 170 g

Cada alimento abaixo tem < 0,05 ppb de mercúrio

- Camarão (880 mg de ômega-3 e 320 mg de DHA)

- Salmão (620 mg de ômega-3 e 260 mg de DHA)

- Vieiras (720 mg de ômega-3 e 360 mg de DHA)

- Sardinha (2,2 g de ômega-3 e 1,2 g de DHA)

- Atum light (380 mg de ômega-3 e 170 mg de DHA) (<0 font="" ppb="">
Com base no consumo de duasporções de peixe por semana, a ingestão média por dia de ácidos graxos ômega-3 é 100-250 mg ácidos graxos ômega-3 e 50-100 mg DHA
Restante dos 650 mg de EPA e DHA
Use cápsulas de óleo de peixe que contém EPA e DHA

Consumir 400-550 mg de ácidos graxos ômega-3, com 225 mg de DHA por dia

Use 1 ou 2 cápsulas/dia para atender a essas necessidades

Exemplos de produtos comercialmente disponíveis em miligramas

Total de ômega-
DHA
Quantidade


300
120
2 cápsulas

640
260
1 cápsula



                   Fonte: GREENBERRY, 2008

Referências bibliográficas
Makrides M. Is there a dietary requirement for DHA in pregnancy? Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. Aug-Sep; 81(2-3):171-4, 2009.
Greenberry JA, Bell SJ, Ausdal WV. Omega-3 fatty acid supplementation during pregnancy. Rev in Obstetrics & Gynecology, vol. 1, no. 4, 2008.
Picone O, Marszalek A, Servely JL, Chavatte-Palmer P. Influence d’une supplémentation en omégas 3 au cours de la grossesse. Journal de Gynécologie Obstétrique et Biologie de La Reproduction, vol. 38, no. 2, 2009.
Rees AM, Austin MP, Owen C, Parker G. Omega-3 deficiency associated with perinatal depression: case control study. Psychiatry Res. 166(2-3):254-9, 2009.
Church MW, Jen KLC, Jackson DA, Adams BR, Hotra JW. Excess Omega-3 Fatty Acid Consumption by Mothers during Pregnancy and Lactation Caused Shorter Life Span and Abnormal ABRs in Old Adult Offspring. Neurotoxicol Teratol. 32(2): 171–181, 2010.
Dunstan JA, Simmer K, Dixon G, Prescott SL. Cognitive assessment of children at age 2K years after maternal fish oil supplementation in pregnancy: a randomised controlled trial. Arch Dis Child Fetal Neonatal; 93:F45–F50, 2008.
Fonte:  RG Nutri

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