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ALIMENTOS FUNCIONAIS NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016
O crescimento da preocupação para aumentar a expectativa de vida tem conduzido a vários estudos sobre nutrição, especialmente no que diz respeito aos alimentos e seus efeitos sobre o corpo humano para melhorar, a qualidade de vida, proteção de órgãos e tecidos, manutenção das reações básicas, entre outros.

A alimentação é o principal fator na prevenção de doenças e melhorar a saúde. Previne e controla vários tipos de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como Diabetes, Hipertensão, Câncer e Doenças Cardíacas.

Vários estudos tem sido realizados para provar as propriedades benéficas de certos alimentos frente à diminuição da resistência, por diarreias devido ao desiquilíbrio da flora microbiótica, enfermidades inflamatórias do intestino, eczema atópico entre outros, esses alimentos são chamados Funcionais.

O mercado de alimentos funcionais está crescendo em todo o mundo e tem sido buscado constantemente novos ingredientes e produtos inovadores com características funcionais, tecnológicas e fisiológicas.

De acordo com a ANVISA -Agência Nacional de Vigilância Sanitária - propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano.Um bom exemplo são os chamados Probióticos e Prebióticos, que ajudam o intestino a funcionar melhor. O termo Probiótico significa “favorável à vida”.Para que o organismo funcione ainda melhor, o ideal é unir os Probióticos aos Prebióticos, e esta associação é denominada Simbiótica, e o consumo destes alimentos deve ser estimulado.

Prebióticos e Probióticos: como agem e onde encontrá-los.
Prebióticos: pela Legislação Brasileira são definidos como todo ingrediente alimentar não digerível, alguns tipos de fibras alimentares - carboidratos- que afetam de maneira benéfica o organismo por estimular seletivamente o crescimento ou atividade de um número limitado de bactérias Probióticas no intestino, beneficiando a saúde.Os Prebióticos apresentam substâncias que modificam a composição da microbiota intestinal de tal forma que se tornam predominantes os microrganismos com potencial de promoção de saúde. Possuem uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas.

Benefícios dos Prebióticos:
• Ajudam na manutenção da flora intestinal
• Estimulam o crescimento das bifidobactérias (responsáveis por suprimir a atividade de bactérias putrefativas, ou seja, que podem formar substâncias tóxicas)
• Facilitam o trânsito intestinal
• Contribuem com a consistência normal das fezes (prevenindo a diarreia e a constipação por alterarem a microflora colônica por uma microflora saudável)
• Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol, favorecendo, então a diminuição do colesterol e triglicérides totais no sangue; e aumentam a absorção de minerais como cálcio, ferro, zinco e magnésio.

Fontes de Prebióticos:

1. Os Frutooligosacarídeos (FOS), estão concentrados em alimentos de origem vegetal tais como: cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel.
2. A Inulina , um polímetro da glicose está presente principalmente na raiz da chicória, e está também presente no alho, na cebola, no aspargo e na alcachofra. A inulina extraída da chicória é produzida comercialmente e pode ser consumida por diabéticos como substituto do açúcar e contém de 1 a 2 kcal/g.
3. A pectina, encontrada em frutas cítricas, maças, cenoura, farelo de aveia, soja, lentilha e ervilha

Probióticos, são microorganismos que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos para a saúde.

Esses microorganismos são adicionados aos alimentos ou ingeridos sob formulações farmacêuticas, contêm bactérias que têm como objetivo atuar no trato gastrointestinal, ajudando a manter a flora intestinal saudável. Isto ocorre porque o intestino concentra cerca de 70% das nossas células de defesa, e ele tanto pode receber nutrientes saudáveis quanto nocivos à saúde. Assim, quando a bactéria instalada no intestino for um Probiótico, o organismo vai identificá-lo como um micro-organismo benéfico, e não serão ativadas células para rejeitá-lo. Mas, se, por outro lado, a bactéria for uma Salmonella, aí ela será identificada como uma bactéria patogênica, ou seja, maléfica à saúde.
Estes microorganismos agem produzindo compostos como as citoquinas e o ácido butírico que são antimicrobianos e antibacterianos, ou seja, favorecem a presença de bactérias benéficas ao organismo e diminuem a concentração de bactérias e microorganismos indesejáveis.

Benefícios dos Probióticos:
• Mantem o equilíbrio da microbiota intestinal em casos de diarréia, constipação intestinal, síndrome do intestino irritável, reto colite ulcerativa
• Fortalecem o sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras
• Inibem o desenvolvimento de microrganismos patogênicos e putrefativos
• Previnem infecções urogenitais e vaginais
• Auxiliam na redução do colesterol
• Auxiliam na redução da pressão arterial
• Reduzem a intolerância à lactose devido ao aumento de uma enzima que facilita a digestão da lactose
• Impedem a reabsorção de compostos aminados indesejáveis
• Ajudam na recuperação mais rápida nas crises da Doença de Crohn: devido a melhora da permeabilidade intestinal
• Favorecem a absorção de cálcio , ferro e vitaminas (B12, ácido fólico, tiamina, etc.)
• Apresentam atividade antimutagênica

Fontes de Probióticos

Os Probióticos mais conhecidos que exercem essa função são as bactéricas Bifidobacterium e Lactobacillus, em especial Lactobacillus acidophillus. A indústria leiteira é realmente o foco da atenção pela disponibilidade dos seus produtos, especialmente os iogurtes , leites fermentados e bebidas lácteas tem sido as principais fontes desses microorganismos, mas já existem alguns suplementos nutricionais com eles enriquecidos.

A Food News Latam, em nota publicada em outubro de 2014 , anunciou o início da produção de queijos com a adição do Probiótico Lactobacillus casei BGP 93 , e mostrou que o queijo Petit-Suisse ser um bom veículo para a adição de microorganismos probióticos.Além dos produtos lácteos , derivados da soja tem se revelado veículos apropriados de culturas Probióticas. Além desses, outros alimentos têm o mesmo potencial e já estão sendo devidamente estudados tais como: maionese, carnes, patês, extratos de sementes vegetais e peixes.

O nutrólogo Gabriel Araújo pondera que é importante ler a bula desses produtos para se certificar sobre a presença dos Probióticos e, em caso positivo, saber quais deles estão disponíveis. As doses benéficas para a saúde devem corresponder a pelo menos 10 milhões de bactérias dos grupos bifidobactérias ou lactobacilos.

Uso de Probiótico e a Autoimunidade da Ilhota em crianças
A microbiota intestinal desempenha um papel importante no aumento do sistema imune e excluindo a competição com patógenos . 
Estudos anteriores demonstraram que a disbiose na microbiota intestinal e na barreira intestinal pode estar associada com o Diabetes Tipo 1 em seres humanos e animais.

Em um estudo apresentado em 2014 no encontro da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) a Dra. Ulla Uusitalo da University of South Florida, Tampa e colaboradores avaliaram 8.502 crianças com Diabetes Tipo 1, desde os determinantes ambientais da Diabetes no Jovem ( TEDDY) para determinar a associação entre o uso precoce de Probióticos e a autoimunidade da ilhota (IA).
IA foi definida como a presença de um ou mais anticorpos de ilhotas - GADA, IAA ou IA-2A - confirmados em duas consultas consecutivas.
Introdução de Probióticos na forma de um suplemento ou fórmula infantil contendo Probiótico foi classificada como:

1. Introdução precoce (com a idade inferior a meses),
2. Introdução tardia (com a idade igual ou superior a 3 meses) ,
3. De introdução ( não foi introduzido durante os primeiros 12 meses).

Os resultados do estudo revelaram que a Introdução Precoce de Probióticos foi mais comum na Finlândia (35,9%), seguida pela Alemanha (24%), Suécia (11,6%) e os EUA (2,2%).Além isso, foi associada à redução do risco de IA, comparado com a Introdução Tardia ou de Introdução (HR 0,62, 95% CI 0,45-0,84, P = 0,0018).Segundo os pesquisadores, os dados deste estudo sugerem que pode reduzir o risco de IA em crianças que estão em risco genético elevado de Diabetes Tipo 1."

Probióticos poderiam atuar Contra Obesidade e Diabetes
De acordo com um novo estudo realizado no Instituto Nacional de Saúde, a ingestão diária do VSL # 3 produto Probiótico comercial levou a um nível aumentado de butirato, que, por sua vez, aumentou a liberação de um hormônio do apetite suprimindo o chamado GLP-1.

Este resultado, levou a redução do consumo de alimentos e aumento de tolerância à glucose em ratos. (H. Yadav, JH Lee, J. Lloyd, P. Walter, SG Rane, The Journal of Biological Chemistry)Hariom Yadav, PhD, do Instituto Nacional de Diabetes e Digestivo e doença renal, afirmou : "O novo achado deste estudo é que VSL # 3 pode aumentar a produção de butirato no intestino. Estamos agora desenvolvendo espécies individuais que podem produzir maiores níveis de butirato, e podem ser usados para o desenvolvimento de novos alimentos funcionais ou formulações médicas para os obesos e diabéticos”.

O produto VSL # 3 é produzido pela indústria farmacêutica Sigma Tau e fornece uma maior quantidade de bactérias benéficas in vivo do que qualquer outro Probiótico no mundo. Ele contém uma combinação de oito diferentes espécies bacterianas e está disponível em 4 diferentes formulações que possuem até 450 mil milhões de bactérias vivas.

O estudo dividiu ratos de laboratório em grupos com dieta com baixo teor e alto teor de gordura, com e sem consumo do Probiótico VSL # 3 por 8 semanas. Os ratos que consumiram VSL # 3 apresentaram menor deposição de gordura, mas o mais importante, apresentaram níveis mais baixos de glicose no sangue, com maior tolerância à glicose e à insulina. Fatores metabólicos gerais também foram melhorados.

Os autores concluem : "A possibilidade da suplementação dietética com Probióticos pode modificar a flora intestinal, levando a alterações nos níveis de ácidos graxos de cadeia curta que promovem a liberação de hormônios como GLP1. Este achado estimulará a pesquisa a buscar e compreender o mecanismo de ação de outro benefícios dos Probióticos.

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