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DISBIOSE INTESTINAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.

terça-feira, 3 de abril de 2018
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes melito (DM) e dislipidemia, representam um crescente problema de saúde pública em âmbito global, em decorrência da alta prevalência, morbidades associadas e mortalidade precoce. A Organização Mundial da Saúde estima que ocorram 36 milhões de mortes anuais por esse grupo de doenças.

Estudos apontam que uma alimentação desequilibrada é fator de risco para DCNT porque a alimentação influencia diretamente a composição da microbiota intestinal, em que a menor ingestão de prebióticos e probióticos leva ao desenvolvimento da disbiose intestinal, predispondo a DCNT. A disbiose intestinal é caracterizada por alteração na microbiota intestinal, em que há predomínio das bactérias patogênicas sobre as benéficas. Entre as causas da disbiose, destacam-se o estresse psicológico e fisiológico, idade e alimentação.

Esse desequilíbrio decorrente da disbiose leva à alteração na mucosa intestinal, que, por sua vez, reflete em aumento da permeabilidade intestinal e diminuição da seletividade na absorção de toxinas, bactérias, proteínas ou peptídeos, contribuindo para inflamação local e sistêmica. E, frente a isso, os probióticos, prebióticos e a combinação de ambos, os simbióticos, vêm ganhando notoriedade no campo científico, por prevenirem as disbioses intestinais e apresentarem ações eficazes na prevenção e tratamento das DCNT.

Prebióticos são oligossacarídeos não digeríveis, tais como fruto-oligossacarídeos, lactulose e inulina, que têm o potencial para estimular o crescimento de bactérias intestinais benéficas e seletivas, principalmente lactobacilos e bifidobactérias. Já os probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde. E os simbióticos são alimentos contendo simultaneamente probióticos e prebióticos, resultando em produtos com as características funcionais dos dois grupos.

Em 2012, Nagpal et al. realizou pesquisa de revisão e encontrou dados que demonstraram efeitos sinérgicos positivos de prebióticos e probióticos sobre a obesidade e DM tipo 2, isso porque, essas DCNT são caracterizadas por microbiota intestinal alterada, inflamação e perturbação da barreira intestinal.

Em estudo duplo-cego, randomizado realizado por Andreasen et al (2010) com quarenta e cinco homens com DM tipo 2, após receberem suplementação de L. acidophilus durante 4 semanas, observou-se diminuição na resistência à insulina e a marcadores inflamatórios, importantes ações para o tratamento da doença. Mais recentemente outras pesquisas mostraram que o consumo de cerpas específicas de lactobacilos e bifidobactérias melhoraram a progressão da obesidade e da diabetes, sugerindo que a modulação probiótica, mediada pela flora intestinal, pode ser fator preventivo e coadjuvante no tratamento.

Já o consumo de prebióticos, além dos seus efeitos sobre a diminuição da absorção de colesterol, contribui para o equilíbrio da flora intestinal e controle da glicemia.

Exemplos de produtos fontes de prebióticos e probióticos são o SlimFibras e o Disbiotrat, respectivamente. O SlimFibras possui formulação exclusiva com uma combinação de fibra solúvel (goma guar) com fibras prebióticas (inulina e polidextrose) – o que confere maior eficácia de seus benefícios. Já o Disbiotrat contém um mix de 5 probióticos, que inclui o L. acidophilus, L. casei, Lc. Lactis, B. bifidum e o B. lactis.

Portanto, levando em consideração os aspectos mencionados, faz-se necessário o consumo de prebióticos e probióticos de forma preventiva às DCNT. Todavia, para potencial efeitos benéficos desses, o consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e a hábitos de vida saudáveis.

REFERÊNCIAS
ANDREASEN, A. S. et al. Effects of Lactobacillus acidophilus NCFM on insulin sensitivity and the systemic inflammatory response in human subjects. Br J Nutr., Cambridge, v. 104, n. 12, p. 1831-1838, 2010.

ARAÚJO, E. M. Q. Disbiose intestinal. In: PUJOL, A. P. P. Nutrição aplicada à estética. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2011. Cap. 11. p. 139-153.

MORAES, A. C. F. et al. Microbiota intestinal e risco cardiometabólico: mecanismos e modulação dietética. Arq Bras Endocrinol Metab., São Paulo, v. 58, n. 4, p. 317-327, 2014.

NAGPAL, R. et al. Probiotics, their health benefits and applications for developing healthier foods: a review. FEMS Microbiol Lett., Amsterdam, v. 334, n. 1, p. 1-15, 2012.

NAGPAL, R. et al. Probiotics, their health benefits and applications for developing healthier foods: a review. FEMS Microbiol Lett., Amsterdam, v. 334, n. 1, p. 1-15, 2012.

PATEL, R.; DUPONT, H. L. New approaches for bacteriotherapy: prebiotics, new-generation probiotics, and synbiotics. Clin Infect Dis., Chicago, v. 60, suppl. 2, p. 108-121, 2015.

RAIZEL, R. et al. Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos para o organismo humano. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 66-74, 2011.

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